Olá alunos do 1° ano! Deixo aqui com vocês um breve texto sobre a atitude dos primeiros filósofos frente ao conhecimento:
“O que logo se evidencia na figura humana destes primeiros filósofos – que, naturalmente, não deram a si próprios este nome platônico – é a sua típica atitude espiritual: devotamento incondicional ao conhecimento, estudo e aprofundamento do ser, em si mesmo. Esta atitude pareceu totalmente paradoxal com relação aos gregos posteriores, e mesmo aos da época, mas suscitou ao mesmo tempo a sua mais alta admiração. A tranqüila indiferença daqueles investigadores pelas coisas que os demais homens pareciam importantes, como o dinheiro, as honras e até o lar e a família, a sua aparente cegueira com relação aos seus próprios interesses e a sua indiferença perante as emoções da praça pública deram origem às conhecidas anedotas sobre a atitude espiritual daqueles pensadores. [...] Nestas anedotas, o filósofo é o grande extravagante, algo misterioso, digno, mas estimado, que se ergue acima da sociedade dos homens ou dela se aparta deliberadamente para se consagrar aos seus estudos. É ingênuo como uma criança, desajeitado e pouco prático, e está fora das condições do espaço e do tempo. O sábio Tales, absorto na contemplação de um fenômeno celeste qualquer, cai dentro de um poço, e a sua criada trácia faz pouco dele, por querer saber as coisas do céu e não ver o que está sob os seus pés. Pitágoras, quando lhe perguntaram para que vive, responde: para contemplar o céu e as estrelas. Anaxágoras, acusado de não se interessar pela família nem pela pátria, aponta com a mão o céu e diz: eis a minha Pátria”.
- Werner Jaeger, “Paidéia: A Formação do Homem Grego”. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Um abraço a todos!
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